AINDA HOJE ERA ONTEM 1 e 2 de Abril. TAGV
SINOPSE
por Nuno Camarneiro Somos todos fruto do encontro de uma mulher e de um homem, e, frequentemente, somos também as suas vítimas. As relações humanas são feitas de tantas partes que o mais fácil é faltarem algumas, e por isso vamos amando defeituosamente, com peças soltas e ruídos indesejados, por isso nos desviamos do caminho e sofremos todos os acidentes. A história que aqui vai contada terminou antes de começar, por isso é importante contá-la, porque ensina o fim antes do começo. As nossas vidas são as histórias que contamos entre um encontro e outro encontro, sempre diversas, em permanentes mutações, acrescentos e amputações. Uma relação é o compromisso possível entre duas histórias, uma ficção disjunta que só a imaginação pode aguentar. A história que aqui vai contada começou antes de terminar. NOTAS DE ENSAIOS 3 de Março de 2015 por Ricardo Vaz Trindade "Ainda hoje era ontem" é um conjunto de palavras num contexto de uma relação a dois que expõe uma passagem do tempo. Começa aqui (hoje), passa por ali, termina mais à frente, noutra estação temporal. O tempo é uma coisa (que "coisa", mais especificamente, é o tempo?) que passa, não para, não se detém por absolutamente nada. É indiferente à vida, à morte, ao amor, às mesquinhices dos humanos. Independente do riso ou das lágrimas, o tempo faz o seu percurso cruel e autónomo. A memória é o único recurso que nos ajuda a contrariar a fuga inexorável do tempo. Na memória podemos perdurar longamente, ainda que no universo tangível passem apenas uns segundos. Este texto do Nuno é uma curta entropia onde perdura o tempo de uma relação no espaço ficcional de uma peça de teatro. Dois seres trocam palavras faladas, ou às vezes menos do que isso, que fazem parte da epopeia da vida comum. Essas palavras tocam-nos ou não nos tocam, mas o tempo há de passar sempre e um dia já ninguém se há de lembrar delas. Talvez nas mais complexas teorias quânticas haja uma explicação para o tempo. Talvez a mais avançada neurociência saiba justificar o amor. Talvez um dia a matemática explique porque andamos apaixonados. FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA
Dramaturgia Nuno Camarneiro Direção artística Ricardo Vaz Trindade Encenação Coletiva Interpretação Luís Pedro Madeira, Marta Félix e Ricardo Vaz Trindade Cenografia Pedro Brígida e Ricardo Vaz Trindade Música e sonoplastia Luís Pedro Madeira Desenho de luz Ricardo Vaz Trindade Produção executiva Teatro Toitoi Apoio GEFAC Organização Reitoria da Universidade de Coimbra, TAGV |